Ter um amor.. quem não quer um pra chamar de seu? Mô, mozão, mozim. Alguém pra dar presente no dia dos namorados, pra dividir a conta do cinema e do restaurante, pra mudar o status do Facebook. Mas será que é só isso mesmo?! Pra algumas pessoas a reposta é clara: sim! Elas seguem aquele pensamento de “antes mal acompanhada que só” ou ainda “ruim com ele pior sem ele”(como minha vó se refere ao aparelho auditivo dela).
Por isso vemos tantas pessoas entrando numa barca furada achando que são o Jack e a Rose do Titanic. Ficam juntas por costume, porque ele tem dinheiro, ela é boa de cama, ou ainda porque não estava fazendo nada mesmo… melhor “aproveitar”. Isso é mais comum do que a gente imagina.
Mas meu sonho não quer se contentar com tão pouco. Quero um amor daqueles dos romances que eu leio.. onde o mocinho e a mocinha enfrentam o mundo inteiro, sofrem, choram, mas no final ficam juntos. Ah, isso é tão água com açúcar... tão ultrapassado. Mas é lindo. O problema é que não é sempre que se vive uma história de amor tão fofis como essa.
Então vamos para o amor real. Aquele de acordar toda desgrenhada do lado do amado, de pegar ônibus junto, de cuidar do outro quando ele está doente. Afinal, nem tudo são flores em um namoro ou casamento. Mas também tem os momentos fofinhos, quando ele te dá flores e bombons e diz que você é a mulher mais linda do mundo. Quando você encontra uma cartinha na sua bolsa com uma declaração de amor. Quando você quase mata ele de tanta raiva que fica e no final descobre que tudo era uma bela surpresa.
E apesar de não estarmos naufragando no Titanic ou enfrentando os vilões que tentam nos separar (na maioria das vezes o problema somos nós mesmos), ainda assim é bonito estar com meu namorado. Quando eu vou dormir a voz dele é a última que eu ouço. Quando tenho um compromisso sei que ele vai fazer o possível pra estar comigo. Não importa se eu more numa casa luxuosa ou num barraquinho, eu sei que ele vai se sentir muito feliz de me visitar. Seja pra ir a um restaurante fino ou só passear de mãos dadas na praça, sempre vai ser especial. Eu tenho alguém que vai estar comigo na rua na chuva na fazenda ou numa casinha de sapê (de sapê).
E num belo texto que eu li, descobri que amor é construção, em que a gente deposita um tijolo por dia e tem que colocar bastante argamassa pra sustentar. Que as almas gêmeas são aquelas que a gente já aprendeu a amar. Porque “o amor não é uma criação de segundos, mas uma aquisição de milênios”. Amar dá trabalho, tem de suar a camisa, ter paciência. Cuidar desse sentimento como se ele fosse uma samambaia bebê (essa minha amiga viu num filme), que precisa ser regada todos os dias pra crescer bem bonita.
E quem sabe um dia, no meio da calmaria, não venha o turbilhão de uma história de amor de folhetim.