Vinícius,
eu sou louca por você!
Dizem que o amor envolve um pouco de loucura. E acho que seja isso mesmo. Afinal, quando se ama, é como se os pés saíssem do chão por alguns segundos, e o coração saísse pela boca. Parece mesmo que o peito da gente é pequeno demais pra amar tão grande outra pessoa. A gente transborda.
Nessas horas, o coração grita tão alto, que silencia a razão. Pelo menos é o que alguém diria se olhasse de fora. Talvez dissessem mesmo que perdi o juízo. Pois que seja. Se for pra ter juízo e não ter você, minha escolha já foi feita.
É que eu enxergo o mundo de ponta cabeça, do avesso, e ao contrário. Louco pra mim é quem não se entrega de corpo e alma pra vida. É quem vive pensando no outro, e esquece de si. É quem agrada todos, menos ele próprio, que é o mais importante. Isso é ver e não enxergar.
Prefiro sentir todas as dores da vida a me manter anestesiada, inerte.
Eu gosto tanto de sentir! Às vezes, caminhando na rua, eu paro meus passos e fecho os olhos, só pra sentir o calor do sol na minha pele. Gosto de sentir os abraços apertados também.
Achei que hoje sentiria mais saudades. Afinal, por alguns dias você desgrudou de mim e foi voar por São Paulo - essa cidade tão fria pra mim [mas onde sei que ainda existe amor].
Só que a saudade tá encolhida num canto. Não sobrou lugar pra ela. A alegria que eu sinto de ver você realizar o que sempre sonhou, do jeitinho que imaginava, hoje toma muito espaço.
Sei que não pertencemos um ao outro. Por isso te deixo livre. E quanto mais eu repito essas palavras pra me convencer disso, mais ligada em você estou. Não é muito lógico, eu sei, mas é sincero quem disse que quanto menos você prende o outro, mais perto dele está.
Seja livre, seja feliz, meu ruivinho. Viva!
De quem te ama,
Pri.
Campo Grande/MS, 16 de abril de 2019.