Neste exato
momento minhas pernas tremem meu coração acelera minha respiração fica ofegante
e minha vontade é sair correndo. MEDO. Morro de medo de escrever. E quando
escrevo, tenho mais medo ainda que você leia. Escrevo e apago e demoro a
acreditar que daqui pode sair um texto realmente bom.
E olha que
esse não é meu único medo. Tenho muitos outros na coleção. Se bem que alguns já
foram descartados. E, por mais apavorante que pareça, sabe como eles foram
simplesmente riscados da lista? Eu os enfrentei!
Eu sei. A
pior coisa pra dizer a alguém medroso é: “você tem medo disto? Pois então vá lá
e faça”. Mas não é que funciona mesmo?!
Medo é nada
mais que uma insegurança causada pela falta de conhecimento ou de prática em
determinada atividade. Pois quando você tem certeza que dá conta do recado, aí
amigo, é so correr pro abraço.
Por exemplo…
Eu entrei este ano em um grupo de teatro, mesmo tendo uma convicção inabalável
de que era uma péssima atriz. Isto porque da última vez que lembrava estar em
um palco, tinha apenas três falas, esqueci absolutamente todas!, e tive que
improvisar. Talvez ninguém tenha percebido a gafe, pois não conheciam o texto
mesmo (pra minha sorte), mas o trauma ficou em mim.
No primeiro
espetáculo, estrelei como árvore (minha família achou lindo, tá?). Cantei,
dancei e não dei um passinho sequer pra for a da minha zona de conforto, pois
não tinha nenhuma fala. Agora, nesta peça, começamos com aquelas dinâmicas
assustadoras (aquelas que quando chega a hora da vontade de dar no pé e se
esconder no primeiro buraco que encontrar pela frente de tanta vergonha). Eu,
novamente tinha três falas, e, acredite se puder: esqueci o texto de novo!
Então dei um sorrisinho amarelo e disse “peraí, esqueci o texto”, como se
fizesse parte do script. Todos riram. Pensei: eu sou sóda!! Erro e ainda
arranco gargalhadas da platéia. Mas logo o riso virou pranto (tá bom, tô exagerando). Mas levei uma esfregada por
não ter improvisado e continuado a cena. (E eu que achei que estava abafando).
Se eu
fiquei com vergonha porque falaram sobre o meu deslize por meia hora e me
usaram como exemplo do que nunca fazer em cena? Imagina.. claro que SIM. Porém,
aprendi uma lição: se der tudo errado na hora da peça, não cague ainda mais na
cena, please! E isso hoje me deixa mais segura. Porque posso ainda não saber o
que fazer, mas já sei o que não fazer.
E quer
saber? Perdi o medo! O pior já passou mesmo (pelo menos por enquanto) e não foi
assim tãaao ruim quanto eu imaginei que fosse.
Isso me faz
criar coragem pra enfrentar meus medos. E é o que estou fazendo agora. Pois se
este texto não ficar assim tão profissa quanto os do Jorge Amado, com um pouco
de treino e paciência estarão cada vez menos piores até o dia em que fiquem
bons!
E eu
gostei. Até porque minhas pernas já estão menos trêmulas, meu coração bate no
compasso normal e minha respiração está mais contida. O medo passou. E se ele
voltar, ensino uma lição pra esse danadinho. Deixa comigo!
E que o medo seja mais um dos combustíveis que nos motiva a evolução! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada João :)
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