quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pinte e borde sua história


Quero preencher essa folha de papel em branco com tudo que gostaria que preenchesse minha vida.

Pra começar, nada menos que um milhão de amigos, sejam eles de antes, de agora ou de depois, tenho certeza que terei muitos deles.

Junto com essas letras escrevo também a história da minha vida, mas quem disse que ela precisa ficar só no papel?

Parece só uma folha, mas se eu olhar mais de perto vejo sair dela um universo de sonhos. Ora, lá estou eu voando no tapete mágico, depois andando de elefante. Ali eu de novo dentro do meu castelo de areia, quando de repente começa a chover algodão doce e eu saio pra experimentar, cai num rio de chocolate e fiquei horas lá, nadando nadando. Até que o dia acabou, a noite caiu e junto com ela a lua do céu, fui conhecer, ela tinha sabor de queijo, com um suave toque de geleia de morango.

Mamãe me chamou pra dormir, tive que acordar dos meus sonhos.

Só então olhei o papel e percebi que a folha continuava branca. Vamos dar um pouco mais de cor nisso aqui. Uma caixa de giz de cera azul amarelo verde roxo rosa laranja e vermelho!

E um grito, de alegria, só pra quebrar o silêncio.

Tive então a ideia de colocar um pouco mais de sentimento, despejei no papel todo meu amor, respeito, carinho, compreensão e ternura. Mas deixei respingar um pouco da vaidade e da ambição. Quem sabe a borracha apague?

Mamãe me chama de novo pra dormir.

Já vou mãezinha, só estou procurando motivos pra acordar sorrindo.

Da janela do meu quarto


Sozinha no meu quarto sento-me diante da janela. O vento esvoaçante sopra em meus cabelos, o sol esquenta minha face e aquece minha alma. Quase inevitavelmente um sorriso curioso se abre, imaginando o que eu poderei encontrar quando abrir os olhos. Um mundo que eu posso imaginar, posso ver, mas talvez nunca possa desvendar.

Mesmo assim persisto, fascinada por esse mistério. De alguma forma eu sei que o que me faz sentir viva, de uma maneira tão forte que me faz queimar por dentro, também está presente nas pessoas do outro lado da janela. 

Penso em quantas histórias já se passaram em quantas janelas. Janelas altas dos prédios de onde eu posso ver o a cidade toda ou baixas que dão de frente para a casa dos meus vizinhos. Janelas com vista para lindos jardins ou que dão de frente para um muro. Grandes janelas que me dão uma ampla visão ou ainda uma pequena fresta do vitrô do banheiro. 

Têm as de madeira; as de ferro; aquelas que são uma porta dividida ao meio com apenas a parte de cima aberta; também de vidro que mesmo fechadas permitem enxergar através delas; as de avião, nas quais parece até dar para ver as nuvens derretendo e tudo parece tão pequenino visto lá de cima; janelas de ônibus, carros, trens, pelas quais a paisagem é que da a impressão de ir depressa. 

Lembro-me de um tipo especial de janela, aquele que acorrenta a alma e muito mais do que ver a vida do outro lado, faz refletir sobre os caminhos da própria vida. São aquelas que têm grades, as das prisões. Ao mesmo tempo imagino como elas fazem sonhar com a liberdade.

Já outras pessoas, se sentem tão livres, que acham que podem voar das janelas, como se tivessem asas e acabam descendo o mais que podem. Talvez por isso, em prédios muito altos, outros tipos de grades, as de segurança, roubam um pouco de liberdade também.

Mas muitas vezes, ficar à janela pode trazer sentimentos que fazem o coração palpitar. Muitas moças que esperavam que seus pretendentes as avistassem debruçadas na janela inspiraram bonecas artesanais apelidadas “namoradeiras”. Elas têm apenas cabeça, ombros, braço e busto e ficam sobre uma superfície plana, com o rosto apoiado em uma das mãos, em sinal de espera. Uma homenagem singela a um gesto que com certeza rendeu muitas histórias.

Também me vem à cabeça a imagem de senhoras sentadas em suas cadeiras de balanço em um final de tarde em uma cidade pequena, comendo bolo de milho carinhosamente preparado e tomando um café bem forte, dos quais é possível sentir o cheiro fresco e quente ainda da rua. Saindo do trabalho, ao passar em frente à janela, não tanto pela fome, mas pela água na boca, apresso os passos para chegar logo em casa, esperando que minha mãe também tenha preparado algo que eu possa não simplesmente comer, mas apreciar.

Essas senhoras continuam lá sentadas, porém com o olhar atento, na tentativa de captar todos os movimentos de cada um que por ali passa. Com alguma dificuldade, procuram encontrar algo novo, que possa ser comentado, em uma prosa para acompanhar o bolo de milho e o café. Pode parecer algo até sem importância, mas se a conversa for enviesada pelo caminho certo, as conclusões podem ser esclarecedoras, não apenas para as doces senhoras, e sim para a humanidade, se ela seguisse suas recomendações. Pelo menos é no que elas acreditam. Talvez seja só mais um simples diálogo, ou também um olhar mais atencioso e acalentador sobre a sociedade.

Há dias em que todos se movimentam até o parapeito da janela. Seja para ver o show que acontece na praia, ou para ver o bloco de carnaval passar, como se estivesse em um camarote particular. Assistir a um cortejo, desfile, carreata, procissão, passeata. Gritar para mostrar aos vizinhos como está feliz com a vitória do seu time e quem sabe até pendurar uma bandeira lá, principalmente se for torcida da seleção brasileira em época de copa do mundo.

O que chama a atenção pode não estar propriamente na janela, mas abaixo dela. O  romantismo de rapazes apaixonados já motivou muitas serenatas. Algumas de um homem solitário e seu violão e outras de vários amigos e um em especial que queria cantar e encantar o coração de alguma moça. Os vizinhos, caso não fossem tão românticos, é que poderiam ficar um tanto aborrecidos, principalmente porque as serenatas eram feitas à noite em sua maioria. Mas no amor, é válido.

As janelas invadem até o imaginário das crianças, principalmente das meninas, que sonham com o príncipe encantado. As princesas estão sempre aprisionadas no quarto mais alto da torre mais alta esperando o resgate dos amados. E a Rapunzel, muito esperta, aproveitava a janela, que era a única entrada e saída para o seu quarto, para jogar suas longas tranças para o príncipe subir e se encontrarem. 

Enquanto uns entram, outros saem. São várias as situações em que se foge pela janela. Alguns vão embora com o amor da sua vida. Outros escapam por uma noite para ir a uma festa. E há também os ricardões que pulam a janela para fugir dos maridos que chegam mais cedo em casa.

A utilidade da janela realmente deve ser ressaltada. Além de seu uso nos momentos de desespero, alguns a utilizam para pendurar roupas, algumas vezes até peças íntimas, por mais estranho que possa parecer, é comum, principalmente quando se mora em apartamento. Algumas peças, no entanto, têm um significado diferente, se for um pano preto, por exemplo, pode ser sinal de luto. E para alegrar a vista, muitos a enfeitam com flores.

Em uma janela em especial é possível fazer quase tudo que a imaginação permite. Nela podemos inventar, construir e criar nossos sonhos. Através dela podemos entrar em contato com as pessoas mais distantes, podemos ver e ouvir, mas não tocar. Conhecemos cidades, países, pessoas diferentes das que estão nas janelas à nossa frente e viajamos sem sair de onde estamos. De frente para ela, estamos em vários lugares ao mesmo tempo e não saímos do lugar. Ela é a janela virtual.

Abrir a janela virtual, assim como qualquer outra, significa abrir-se para o mundo, ver e deixar que te vejam. O mais importante é que você escolhe. Escolhe o quanto quer se relacionar, trocar, o que tem a oferecer e o que deseja receber nessa experiência. Pode escolher se sua vista vai ser para a cidade toda, para a rua, para a casa do vizinho que você gosta ou da sua melhor amiga. Pode ainda decidir quando abrir ou fechar sua própria janela, selecionando seus momentos.

O medo faz com que fechemos a janela. Nas noites escuras, o desconhecido parece nos fragilizar e sentimos a necessidade de ficar trancados, acreditando que estamos em segurança. No entanto, uma fresta de luz do sol em meio à escuridão do quarto faz com que tenhamos vontade de escancarar a janela para aproveitar o lindo dia que brilha lá fora.

Abro a janela do meu quarto, timidamente vou puxando a cortina, sinto o cheiro de terra molhada que vem lá de fora. É a chuva se aproximando. Ouço o barulho do trovão e chego a me arrepiar, debruço-me sobre ela de braços abertos e começa a chover. A água invade a casa, molha os móveis, o chão e a mim; abro a boca e tento distinguir o gosto da água da chuva das outras águas, mas me parece igual. Por alguns segundos, não penso em mais nada.  Minhas roupas molhadas e o vento me fazem sentir frio. Fecho então a janela, de alma lavada.

Quando eu acordar pela manhã


Quando eu levantar da cama pela manhã quero abrir a janela e sentir o sol esquentar meu corpo e a brisa mansa soprar minh'alma.

E sorrir pela alegria de acordar novamente e me dar conta, de repente, do quão maravilhosa é a vida.

Quando eu me sentar à mesa do almoço que eu saiba alimentar não só o corpo mas o espírito. E preenchê-lo com um banquete de ternura, esperança e amor.

Que eu tenha tempo de sentar em uma cadeira de balanço em frente à pequena casinha de madeira e apreciar o pôr-do-sol.

Que eu nunca cegue meus olhos para a beleza desses pequenos grandiosos momentos e enxergue a beleza da criação.

E que quando chegar a hora de dormir eu possa recostar a cabeça no travesseiro com a certeza que amei o mais que pude nas últimas 24h.

domingo, 17 de junho de 2012

10 maneiras de aproveitar um dia no parque


1- Preste atenção à natureza ao seu redor. Os mínimos detalhes, como o trabalho das formigas, o canto dos pássaros, o barulho da água caindo, podem trazer sensações de alegria e bem-estar, basta saber aproveitar.

2- Faça um piquenique com frutas, bolo, suco e algumas guloseimas para se deliciar enquanto aprecia a paisagem.

3- Exercite-se! É uma ótima hora para começar uma atividade física e desenferrujar. Que tal uma caminhada de leve? Também vale andar de bicicleta, patins, patinete. Mas não se esqueça dos alongamentos.

4- Registre o momento. Muitos cliques e lindas fotos ao lado dos amigos em meio à natureza e em bons momentos. Guarde tudo na lembrança, mas tenha sempre uma fotografia de acontecimentos especiais.

5- Brinque. Todos sempre teremos uma criança dentro de nós, por que não fora também? Relembre os jogos e brincadeiras que marcaram a sua infância, como pega-pega, pique-no-alto, esconde-esconde, pular corda. Além de algumas dores no corpo, vai render boas risadas.

6- Passeie com seu cachorro. Afinal, é egoísmo passear e deixar o bichinho trancado em casa. Leve os brinquedos dele e faça o totó gastar energia. Não esqueça de levar água e uma sacolinha plástica em caso de “necessidades”.

7- Aproveite o momento para algumas reflexões. De cuca fresca, vai ficar muito mais fácil repensar alguns aspectos da sua vida que gostaria de mudar e o que pode fazer a respeito.

8- Chame os amigos para fazer uma roda de tereré. Nesse calor, nada mais refrescante e propício para curtir os amigos que uma boa guampa de mato verde.

9- Jogue conversa fora. Na correria do dia-a-dia, dificilmente sobra tempo para bater um papo gostoso com os amigos. É hora de colocar a fofoca em dia.

10- Namore. Quer lugar mais romântico para curtir seu love? Beije, ria, converse e principalmente, divirta-se com ele.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Olhos nos olhos


Conhecer é a forma mais fácil de conseguir amar. Porque conhecendo você passa a compreender o outro, as situações, as escolhas, e mesmo não concordando, aprende que algumas delas são quase inevitáveis.

Julgar, ainda mais sem conhecer, é falta de amor, de respeito (principalmente com si mesmo, se expondo a um papel tão lamentável).

Para amar é preciso que se permita conhecer. Então o amor (mesmo que ainda não seja sublime e puro) é uma questão de escolha.

Quanto mais conheço, mais eu amo.

Quero conhecer tudo quanto puder, para distribuir todo o amor que guardo, desperdiçado; ou ele vai explodir de tanto latejar no meu peito.

Eu deixo amar, quero deixar.

Coisa de pele


Preta, branca, amarela, a pele serve para proteger nosso corpo, nossos órgãos internos; para a liberação do suor, que mantém a temperatura ideal. Aproveite para ficar com a cuca fresca! Já percebeu a inutilidade da discussão desse preconceito? Alguém por acaso te trata diferente por causa da cor da roupa que você veste? Roupagem, a pele nada mais é do que isso.

Afinal, por que tanto receio? O que seria possível esconder embaixo de uma cor? Se algum dia já frequentou as aulas de ciências, provavelmente saberá que somos todos constituídos da mesma matéria.

Há alguns que acreditam veementemente que a função da pele vai além, e que ela pode protegê-los deles mesmos. Mero engano. A pele reveste o corpo, mas ainda não consegue encobrir as misérias da alma. Nem mesmo a pele mais alva e mais rosada, nem a mais escura ou a mais amarela consegue disfarçar a falta de brilho e a ausência de caráter. Essa deveria ser a verdadeira preocupação.

Tantos enganos já foram motivo de desavenças que levaram a vida de muitos. Pior que perder a vida, só mesmo perder o sentido da vida; a oportunidade, as descobertas. Se sofrer, que não sofra por antecipação, que não seja por pré-conceitos.

Super fantástico amigo


Alguém tem ideia do que é um amigo de verdade? Ser amigo tem um significado quase divino, muito além da compreensão de muitas pessoas. 

Ser amigo é mais do que ter palavras confortantes, é ter atitudes dignas. Muito mais do que ser alguém para conversar, é compreender o que o amigo tem a dizer, sem que para isso ele necessite de uma palavra sequer. Não titubear quando lhe perguntarem se faria qualquer coisa por seu amigo, e acrescente a isso a possibilidade de ele estar errado e não merecer apoio. Sorrir para ele, mesmo quando ele te olha bravo e fala rudemente. Ligar sempre apenas para matar as saudades, sem contar com as infindáveis visitas que você faz (mas procure não ser inconveniente). 

É ouvir detalhadamente horas a fio a mesma história como se fosse a primeira vez que ele conta. Receber ligações na madrugada com ele chorando o amor perdido ou bêbado dizendo que te ama. Brincar como se fossem ser para sempre as crianças de alguns anos atrás. Nunca ter vergonha de abraçá-lo. Chorar na frente dele quando seu mundo parecer desabar e se colocar em uma posição tão fragilizada que não gostaria que mais ninguém te visse assim. Levar um chocolate ou uma cartinha de vez em quando só para ele saber que lembra dele e assim, sem motivo, sem esperar nada troca, resolve que quer presenteá-lo. Fazer um bolo no aniversário dele e aparecer no meio da tarde de surpresa e sempre, sempre ligar para desejar felicidades. 

Correr para os braços do seu amigo mesmo quando...tudo está bem. Pois você não procura ele apenas quando precisa. E principalmente se sentir à vontade e saber que é só você e ele, sem mais ninguém, sem nenhum interesse, que vocês não precisam ser amigos, simplesmente não conseguem não serem. Mas não apenas dar sem querer receber nada em troca, mas receber sem pedir. 

Agora, você deve estar se perguntando.. Será que eu tenho um amigo assim? Quando a pergunta deveria ser: Você é esse amigo?