quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Amar é um ato de coragem


Outro dia eu estava no centro espírita com minha família, ouvindo a palestra. Tenho duas sobrinhas - a Maria, que tem 2 anos; e a Manu, que tem 4 meses. Como toda criança cheia de saúde, a Maria não para quieta. Quer correr pra todo lado, interagir com as pessoas, e conversar.

Ela estava começando a falar faz pouco tempo, então cada palavrinha dita em casa era uma festa. Deve ter pensado: "que legal! eles adoram quando eu falo". E adoramos mesmo! Mas ninguém explicou pra ela que quando estamos no meio da palestra no centro é preciso ficar em silêncio pra que as pessoas possam entender o que está sendo dito.

Algumas pessoas levam esse negócio de silêncio tão a sério que esquecem que estão ali para aprender a amar, e realmente se irritam com as crianças. Então, de repente, lançam aquele olhar desafiador pra nós, como que dizendo: "esses aí não sabem educar uma criança. façam ela ficar quieta". Pois é. Eu também achava que era fácil. Até minhas sobrinhas nascerem. Portanto, não julguem.

Fiquei apreensiva, pensando se aquelas pessoas poderiam me bater ali no centro. Juro que, se tivesse um buraco no chão, minha cabeça já estaria ali dentro há séculos, só com o rabinho de fora, que nem ema. Mas, como podem imaginar, felizmente não tinha. Evita a humilhação isso.

No desespero, coloquei a fralda na boca da minha sobrinha, meio que de brincadeira, pra ver se ela parava de falar. Nem achei que fosse tão errado isso. Mas nessa hora minha mãe me olhou e disse: "Priscila, para com isso". Aquilo calou fundo na minha alma.

Na hora percebi que, por causa daquelas pessoas impacientes eu estava deixando de ser gentil com minha sobrinha, que é só uma criança, que não sabe que precisa ficar em silêncio, e que achou que nos deixaria felizes se conversássemos. Que vergonha senti!

Mais que isso, eu percebi que minha mãe não se importava se todos ali estavam contrariados. Ela nem ligou. Só cuidou pra que a Maria estivesse bem. Naquela hora entendi que isso era amor. Foi nesse dia que percebi que amar é um ato de coragem.

E mesmo que as outras pessoas não entendam, você sabe porquê ama. Ah... aqueles bracinhos, aquele sorriso e os olhos dela olhando nos meus. Como é bom ouvir a Maria dizer "diinda" quando eu chego.

Perdão minha princesinha. Sua dinda sente muito por esse dia. Mas agora eu aprendi a te amar sem me importar com as adversidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário